domingo, fevereiro 18, 2007

Rainha, Turistas e Idiotas


Como não queria colocar uma foto dos filmes,
coloquei esta para ilustrar.



Para entrar no clima do Carnaval, assisti três filmes neste sábado. Consecutivamente, o drama "A Rainha", o terror trash pastelão "Turistas" e a comédia de humor negro "Borat".

Um comentário rápido a respeito de "A Rainha" é que o filme é bom, mas às vezes não dá pra acreditar em algumas das falas dos personagens - por exemplo, quando o Tony Blair defende ferrenhamente a Rainha para a esposa. O filme parece que mistura um pouco de documentário, ao mostrar cenas reais de Diana, e mostra um Charles bobão - momentos cômicos do longa.

Já "Borat" traz uma mistura de extremo humor negro com cenas escatológicas - o típico humor Jackass. Posso dizer que Pamela Anderson está ótima no filme.

O foco mesmo vai para "Turistas". Como todo mundo já sabe, é um longa-metragem ruim que mostra estrangeiros sofrendo no Brasil. Ele ganhou propaganda pela discussão de trazer uma imagem negativa para o país e tudo mais. Internautas sugeriram até boicote. Bom, o filme é tão ruim que não mereceria tanta atenção. Nem desse blog. Mas como tem umas cenas bizarras e divertidinhas, vamos aos detalhes.

Na sinopse, um grupo de estrangeiros estão de férias no Brasil, quando o ônibus em que estão cai de um barranco. Como se um ônibus caísse do barranco todos os dias, os passageiros, que saíram pela janela, ficam sentados esperando o próximo ônibus chegar. Os estrangeiros então vão parar numa praia paradisíaca onde, depois de observarem o gingado brasileiro, e o funk - uma das estrangeiras chega a comentar "que música safada" - são assaltados e levados para dentro de uma mata fechada. O lugar é onde um médico pretende retirar os órgãos internos deles e doar para um hospital público no Rio de Janeiro.

O vilão da história, o médico carniceiro, na verdade é um cidadão brasileiro com consciência de desigualdade social que vacina criancinhas e tenta salvar a vida de conterrâneos à custa dos gringos. Em um discurso, enquanto a menina turista está amarrada na maca, tendo sua barriga cortada, ele diz que é justo tirar rins e fígados dos estrangeiros para ajudar brasileiros na fila de transplante.

- Quando um gringo rico quer um rim, vem para o Brasil (...) Na história do nosso país, os estrangeiros sempre exploraram a gente (...). - Depois, já perto de tirar os órgãos. - Eu cheguei ao limite. (...) A sua ganância, a nossa fraqueza.

E complementa que decidiu fazer alguma coisa para compensar, para fazer os gringos pagarem de volta o que tiraram da gente. Bom, então o filme já mostra que o brasileiro, indignado com os abusos dos países ricos, resolveu se vingar dos turistas. Cena risível, apesar de sanguinolenta.

Esse complexo de inferioridade que o filme atribui aos brasileiros é retratado também na cena em que uma das turistas tira uma foto de uma menininha. O pai dela parte para cima da estrangeira, xingando em português. Quem salva a moça é a amiga australiana que incrivelmente fala português. Ela explica: "Aqui só pode tirar foto de criança com autorização. Eles acham que os estrangeiros vão roubar os filhos e tirar os rins deles".

O início do filme tenta dar um panorama geral do país. Assim, com um rap brasileiro ao fundo, imagens de cédulas de dinheiro, bundas, mulheres de biquíni, carnaval, praia e favela são mostrados.

Logo depois, o filme corta para o ônibus, de nome rapidão, em que eles estão em uma espécie de ônibus do inferno, com direito a motorista cutucando o nariz e cuspindo pela janela.

Em outro momento, dois gringos de países diferentes se conhecem. Um deles, acompanhado pela irmã gostosa e pela amiga gostosa, ouve o outro dizer: "Trazer mulher bonita pro Brasil é o mesmo que levar areia na praia".

O final é patético, mas não vou contar porque vai que alguém ainda se interessa em assistir ao filme. Nos créditos, ainda se consegue ler: "Old Woman - Maria Aparecida".

 

Comments:
Para complementar: a cena da praia paradisíaca foi grava em ubatuba! Humpf, gringos...
 
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