segunda-feira, maio 28, 2007

Tripla Personalidade

Sandrinha e Alessandra estavam presas em uma espécie de navio, mas que não navegava em um mar, e sim numa espécie de névoa. Elas são muito parecidas fisicamente, acho que gêmeas, com diferenças no cabelo. Alessandra é mais decidida, mas Sandrinha tem medo de estar transgredindo alguma regra, assim, questiona a outra.

As duas saem pelo navio, para procurar ajuda. Passam por um senhor que fala em inglês e tentam conseguir auxílio, contudo, a tentativa de se comunicar é em vão, porque nenhuma delas fala a língua. No fim, esse senhor acaba virando uma espécie de cobra em um ofurô, com o corpo todo tatuado com tons de vermelho e verde.

Elas passam por ele e a Alessandra consegue pedir ajuda, não sei como, para a Leca. Acordo quando Leca chega de maneira heróica, atravessando a névoa, para ajudar as outras duas.

Foi mais ou menos assim. Mas sonhos normalmente não seguem uma linha muito lógica, então, posso ter racionalizado alguns fatos posteriormente.

Mas não sei se a Leca realmente conseguiria ajudar a Alessandra e a Sandrinha. Ou se é a Leca quem mais precisa de ajuda, mas esconde isso, enquanto a Alessandra consegue demonstrar seus medos. Não tenho soluções, só dúvidas.

 

segunda-feira, maio 21, 2007

Série: Celebridades de Cócoras

Iniciamos aqui esse mês uma nova série de posts: Celebridades de Cócoras. Com ela, a equipe do Pingüim visa documentar as personalidades que são flagradas em São Paulo praticando a famosa posição "de cócoras".

Nessa segunda, a atriz global Giulia Gam foi vista na rua, de cócoras, enquanto procurava apartamento em um bairro famoso perto da Consolação. Ela até tentou disfarçar, mas nossa equipe estava lá para conferir.

A moda "de cócoras" já está se espalhando pela cidade. Que outros famosos também aderiram ao movimento das cócoras? Fique atento, porque ser celebridade também é ser chique. E o que é mais glamuroso do que aparecerer "de cócoras" pela cidade, não é mesmo minha gente?

 

domingo, maio 20, 2007

Para colorir

Cena do filme "A Vida em Preto e Branco"


De blusa vermelha. Então, ela colocou o braço em cima da calça azul. Olhou para a pele amarelada do homem: "Pai, por que você não é mais preto e branco?"

Ele tinha os olhos pra fora do vidro transparente.

Sem tirar as mãos de cima da perna, ela olhou para as manchas marrons que quase invadiam os olhos do homem e insistiu: "Pai, por que você agora é colorido?"

A ele só interessava a iminente troca de cores além do vidro transparente.

O braço vermelho então se movimentou e ela puxou a gravata verde do homem: "Pai, era pra você ser preto e branco!"

Além do vidro transparente, ele via, entre o amarelo, vermelho tornando-se verde.

Ela continuava a insistir pelo pescoço: "Pai, você nasceu na época do preto e branco, não devia usar uma gravata verde!". E via o homem tornando-se vermelho.

O verde o chamava lá fora. O homem, então, preparou-se para sair. Soltou os braços vermelhos de sua gravata e ouviu: "Pai, você e todos que nasceram na mesma época que você deveriam ter continuado preto e branco".

 

sexta-feira, maio 18, 2007

Teatro conta 1, conta 2, conta 3...

Semana passada fui assistir a peça Santidade, em cartaz no Teatro Oficina. 33,3333% do elenco e 100% do diretor também realizaram "O Assalto", um espetáculo que vi uma vez quando ficou pouquíssimo tempo no espaço dos Satyros e que adoraria ver de novo.

Assim, organizei uma lista dos espetáculos que, apesar de já ter visto, alguns mais de uma vez, adoraria rever. Não que esses sejam as peças que mais gostei. Mas sim as que mais gostaria de rever:

Top 8
1- Adubo - Ou a sutil arte de escoar pelo ralo (duas vezes)
2- O Assalto
3- Os Sertões - A Terra (duas vezes)
4- A Vida na Praça Roosevelt (duas vezes)
5- Anjo Negro de Nelson Rodrigues com a lembrança de uma revolução: "A Missão" de Heiner Muller (pela bizarrice)
6- La Chambre D’ Isabella (pelo inusitado)
7- A Ópera do Malandro (versão EAD/USP)
8- Aldeotas

Desses, apenas "Aldeotas" ainda está em cartaz e pelo menos três nunca voltarão, talvez por isso estejam na lista. Talvez não.

Isso também me faz pensar nas peças que não vi quando estavam em cartaz, por algum motivo obscuro, mas gostaria muito de ter visto:

Top 10
1,2,3- Trilogia bíblica do teatro da Vertigem (Paraíso Perdido, O Livro de Jó, Apocalipse 1.11)
4- Os Miseráveis (musical)
5- Transex (Os Satyros)
6- A Vida é Cheia de Som e Fúria (Sutil)
7- Temporada de Gripe (Sutil)
8- Como eu aprendi a dirigir um carro (Sutil)
9- Cacilda (Oficina)
10- Cats (musical)

É um pouco angustiante saber que provavelmente não conseguirei ver a maioria dessas peças, além de muitas outras que entrarão em cartaz. Essas últimas, por falta de - tempo, transporte, dinheiro, felicidade, conhecimento, companhia - pode ser que não venha a ver, mesmo que ainda não tenham estreado. O que é uma péssima perspectiva para o futuro.

 

segunda-feira, maio 14, 2007

Meta da Semana - parte II

Primeiro passo do IA (Irônicos Anônimos): ficar 18 horas seguidas sem fazer uma ironia.

 

Meta da Semana - parte 1

Não me deixar atingir por pessoas que não me fazem bem - do passado e do presente.

 

terça-feira, maio 08, 2007

Virada


Domingo, meu dia amanheceu ao som de Beatles. Ao vivo. Fui assistir ao show da banda cover Beatles 4ever, que tocou na Virada Cultural. Adorei ter as minhas primeiras horas da manhã encantadas por While My Guitar Gently Weeps, Something, Don´t Let Me Down e animadas por Back In The USSR, Helter Skelter, Yellow Submarine. Só faltou Here Comes The Sun para acompanhar o aparecimento do sol no céu paulistano que, aos poucos, ia ficando azul claro com nuvens branquinhas.

Quanto à Virada Cultural, é realmente incrível ver as ruas do centro da cidade ocupadas durante a madrugada toda. Eu dei uma andada pelos espaços onde aconteciam apresentações e estavam todos cheios. Dos espetáculos de dança aos concertos de piano, passando por shows de mpb, rock e samba. Pessoas cantando, dançando, deitadas na grama, dormindo. A cidade linda, toda iluminada e coberta de gente. Fantástico.

Vale do Anhangabaú, por volta das 2h da manhã.

E aí acontece um tumulto na Praça da Sé, provavelmente iniciado por uma meia dúzia de pessoas, e a gente tem que ouvir coisas como "o público brasileiro não está preparado para esse tipo de evento". Como assim? Primeiro que - sinto ter que concordar com o Kassab -, foi um tumulto isolado. Eu andei tranqüilamente pelos arredores e não vi nenhuma outra confusão. Segundo que, apesar de eu não estar na Sé no horário, arrisco a dizer que a resposta dada pela polícia a essa meia dúzia de pessoas foi exagerada (como, quase sempre, é). Pior do que isso, só a cobertura jornalística do ocorrido. É para coisas como essas que eu, definitivamente, não estou preparada.


 

terça-feira, maio 01, 2007

Tudo sobre minha mãe


Minha mãe não é uma pessoa que vê filmes com freqüência. Deve fazer uns 10 anos ou mais que ela não vai ao cinema e uns 20 que ela não entra em uma locadora para alugar uma fita/dvd. Às vezes, ela senta ao meu lado enquanto vejo um filme. Lembro-me de quando ela assistiu a trechos de "Cidade dos Sonhos" comigo. Acho que, depois dessa experiência, ela decidiu ficar ainda mais longe deles. Mas, isso não vem ao caso agora.
A questão é que, na semana passada, ela teve que ficar um tempo na minha casa, por causa da operação do meu irmão. E o que podemos fazer em São Paulo quando se tem que evitar aglomerações? Não sair de casa. Eu insisti que deveríamos alugar filmes para tentar evitar os programas de TV. E lá fui eu. O problema é que eu não conheço o gosto cinematográfico da minha mãe, se é que ela tem um. Então, decidi seguir o meu.
A primeira escolha foi "Eu, você e todos nós". Pensei: "esse filme me deixou muito feliz, provavelmente, ele a deixará também". Funcionou de novo comigo, mas minha mãe achou "muito moderno" e dormiu durante a exibição.
A segunda tentativa foi com "Os Infiltrados". Eu já esperava que ela não fosse gostar desse, mas eu queria assistir... Minha mãe achou o vencedor do Oscar de melhor filme deste ano "muito violento" e dormiu novamente, sem nem sequer se empolgar com as aclamadas atuações...
No dia seguinte, decidi insistir novamente. E deu certo, minha mãe não dormiu e achou "Pequena Miss Sunshine" "muito bom". Hoje eu a ouvi, inclusive, tentando convencer meu pai a vê-lo.