quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Diálogo

Na sala de aula de um curso qualquer:
A: (susurrando) Ei.
B: Que foi?
A: Você sabe se Maria Madalena era a mãe de Jesus ou era a puta?
B: (faz gesto de quem não sabe)

Depois...
B: ... mas eu sabia que Maria Madalena era puta.
A: Mas você disse que não sabia!
B: É que eu não lembrava se a mãe de Cristo era puta.
A: Você não sabia se a Virgem Maria era puta???

 

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Feliz ano novo

E entro novamente aqui, apenas para dizer: apesar da reforma ortográfica, o Pingüim continuará igual (quer dizer, quase igual... pretendemos postar alguma coisa aqui em 2009 e talvez, se as promessas de fim de ano se concretizarem, mudar nossa cara)...

Pingüim de Cócoras, um blog com trema.

 

segunda-feira, setembro 08, 2008

Seres-esquisitos-que-dançam

Eu tinha 10 anos e uma pança um pouco maior quando vesti um macacão vermelho e preto, de calça e manga compridas, totalmente colado ao corpo. O motivo: eu fazia aulas de jazz e iria dançar a música "Eye Of The Tiger". Sim, um dos temas da série "Rocky".

Na época, eu não tinha noção de como uma dança poderia ajudar na aceitação de minhas próprias esquisitices e na defesa delas perante o mundo. Eu queria ser uma estrela, da espécie mais normal possível.

Porém, a cada macacão acompanhado por um hit da década de 1980, certamente eu protagonizava cenas semelhantes à que fecha o filme Pequena Miss Sunshine. É claro que com menos empolgação por parte da minha família.

Mas, antes que este post se torne uma sessão de psicanálise rumo à aceitação dos traumas do passado, direi o real motivo de ele existir: há pouco tempo, uma música ou, mais especificamente, o seu clipe me fez recordar os meus dias de bailarina:



Obviamente, a identificação aqui é com o norueguês esquisito e não com as graciosas menininhas envoltas em tule branco. Lá no início da década de 90, eu era o norueguês esquisito, dançando descoordenadamente, mas não tinha nenhuma noção sobre o que isso poderia significar.

Hoje, a força dessa imagem me faz querer sair dançando loucamente por aí, sem dar a mínima para a impossibilidade de eu tornar-me uma estrela do jazz. Penso até em tirar o macacão vermelho e preto do armário.

Ok. Acho que o post acabou virando uma sessão de aceitação do passado. Ou, pelo menos, uma defesa dos seres-esquisitos-que-dançam. Rocky Balboa, aí vou eu! Ou, em outras palavras: vem ni mim!

 

segunda-feira, agosto 25, 2008

Bate-papo

- Você voltou um pouco mais gordinha da viagem....................
................. mas é só um pouquinho............... pelo menos agora você tem bunda.......

- Mas eu já tinha bunda.

- Não tinha.

- Tinha.

- Não tinha.

 

sexta-feira, agosto 22, 2008

Acontece

Sabe quando sua máquina fotográfica bacaninha cai de uma altura mínima no chão, dentro do estojo acolchoado, e você fica preocupadíssimo que aconteceu algo com ela, mesmo sabendo que ela estava bem protegida?

Ai você a liga pra ver se tá tudo bem, clica no auto-foco e ela não foca de jeito nenhum?

Ai você fica um pouco em pânico até descobrir que está sem óculos? Então...

 

quarta-feira, junho 25, 2008

Voz da experiência II

Um dos posts que mais repercutiram aqui no Pingüim é aquele em que a minha priminha me dá um conselho. No caso, este aqui.

Por esse motivo, acho que vale a pena reproduzir outro conselho da pequenina, desta vez a uma amiga que sofre com problemas de amor.

O caso é que, após levá-la para assistir a uma peça infantil, nós nos encontramos com algumas amigas minhas. Em um determinado momento, como não poderia deixar de ser, começamos a falar de nossas frustrações. E a garotinha ali ouvindo... Até que eu incito a sua participação:


- Maria, fala para a Amiga como você fez para esquecer o seu namorado*....

E a minha priminha responde:

- Ah, ele mudou de horário na escola.


Sem palavras, não? Pois é. A única coisa que eu tenho a dizer é que pintar as unhas de vermelho, hoje, é algo muito freqüente na minha vida.

* Sim, minha priminha tinha um namoradinho até o fim do ano passado.

 

segunda-feira, junho 02, 2008

Identificação



* Tiradas do site: www.malvados.com.br.

 

sexta-feira, maio 30, 2008

Viva la obviedad

Duas músicas do novo álbum do Coldplay já estão na internet. Uma por vontade do próprio grupo, que disponibilizou o novo single, intitulado Violet Hill, para download em seu site. Quanto à outra, eu não sei, já que ela simplesmente chegou ao meu e-mail com a indicação: "Pode desmaiar, Mar". Bem, eu não desmaiei, embora tenha gostado da canção, que possui o rickymartiniano título de "Viva la Vida".

Essa expressão, aliás, também consta no nome do novo álbum, o "Viva la Vida or Death and all his Friends". Confesso que quando eu a ouvi, senti um frio da espinha. Sim, era medo. Medo da possibilidade de Chris Martin ter exagerado demais no bom-mocismo e composto algo excessivamente feliz, otimista e que beirasse à auto-ajuda. Sei lá, tipo Ricky Martin mesmo... Não que dar um pasito pra frente ajude alguém, mas enfim.

O fato é que, nessas duas faixas, o Coldplay continua o Coldplay. Ou seja, uma banda politicamente correta que produz melodias belas e melosas, marcadas por pianos melancólicos e guitarras comportadas aqui e acolá. É aí que, com um certo sentimento de culpa por ainda gostar de uma banda assim e pressentindo severas críticas a esse novo álbum, eu me pergunto: o que há de mal nisso? Sim: o que há de errado com o fato de o Coldplay continuar sendo o Coldplay?

Talvez por nunca ter esperado algo muito grandioso ou genial da banda eu não vejo problema nenhum nisso. Parece claro para mim, desde os primeiros álbuns, que o Coldplay dificilmente seria um novo Radiohead, capaz de compor discos como o "Ok Computer" ou o "Kid A". Na minha opinião, a banda sempre esteve, guardadas as proporções, mais para um U2, até pelo viés "anos 80" e pelo engajamento político um tanto oportunista. E, sendo assim, não vejo mal em esperar do grupo de Chris Martin boas, porém óbvias, canções pop, como esta:



Ainda pensando nisso, o que eu acho mais engraçado é que, enquanto muita gente critica o fato de o Coldplay ainda ser o Coldplay, outras não aceitam o fato de o Radiohead ter deixado de ser o Radiohead (do "The Bends"). Curioso, não? E eu sigo gostando das duas bandas, aceitando a obviedade de uma e me surpreendendo com a outra. E, é claro, dando, sempre, um pasito para frente em louvor ao Ricky. Aliás, ele e Chris Martin seriam parentes?

 

segunda-feira, maio 26, 2008

Às Vezes

Às vezes parece que esperamos a mudança acontecer de fora, por um fenômeno inexplicável da natureza. Às vezes esperamos que o outro faça as mudanças por você. Às vezes ficamos reparando apenas no que os outros têm de bom. Às vezes não fazemos porque não sabemos, mas esperamos alguém ensinar e direcionar. Às vezes não sabemos o porquê escrever num negócio tipassim meio público. Às vezes dá vontade de fazer as coisas só quando não temos tempo. Às vezes dá vontade de fazer as coisas só quando não temos tempo. Às vezes dá vontade de repetir a mesma frase. Às vezes dá vontade de não fazer nada. Às vezes dá vontade de escrever tudo errado mesmo. Às vezes respirar dói. Às vezes dá vontade de ser irresponsável. Às vezes dá preguiça de ser responsável. Às vezes dá vontade de saber tudo. Às vezes vemos o tempo passar. Às vezes dá vontade de escrever frases feitas. Às vezes ficamos reclamando de tudo. Às vezes reclamamos por não ter tempo, às vezes por ter, às vezes por ter trabalho, às vezes por não ter, às vezes por seus amigos não terem tempo procê, às vezes por você não ter tempo pros amigos. Às vezes dá vontade de ser produtivo. Às vezes só de se divertir. Às vezes parece que você tem mil possibilidades e pode fazer tudo o que quiser, às vezes se sente impotente, como se não tivesse capacidade de fazer nada. Às vezes quer apenas atualizar seu blog. Às vezes quer expor seus sentimentos sem ser brega. Às vezes se rende ao breguismo. Às vezes vê Rocky Balboa na TV, às vezes vê Bergman em DVD, às vezes só vê mais um coelho explodindo por aí. Às vezes se preocupa demais com o que os outros pensam. Às vezes pensa demais no que os outros fazem. Às vezes exige muito dos outros. Às vezes muito de si mesmo. Às vezes é muito crítico. Às vezes, quer que tudo se foda. Às vezes pensa, e daí?

 

terça-feira, maio 20, 2008

Perguntar na Blockbuster qual é a 2001 mais perto, não tem preço

Desde a semana passada to querendo comprar a terceira temporada de Monty Python’s Flying Circus, mas ainda não tinha me organizado para ir até a locadora 2001 na Av. Paulista adquirir meu DVD.

Hoje em especial estava muito afim de comprar, mas a única locadora / vendedora de DVD no meu caminho era a Blockbuster (que agora é também lojas Americanas), que seria praticamente impossível ter. Mas, enfim, resolvi entrar pra dar uma olhada. Afinal, não ia dar pra ir até a Paulista só pra isso, e vai que eu desse extrema sorte e conseguisse achar a série por lá.

Diálogo com primeira atendente:

- Vocês tem a nova temporada de Monty Python?
- Do quê?
- (articuladamente) Mon-ty Py-thon?
- (ainda me olhando estranho) Não.

Desanimada, como era previsível, comprei um chocolate e resolvi me arriscar de novo perguntando pro rapaz do caixa, já que a primeira atendente visivelmente não sabia do que eu estava falando. Vai que ele fosse fã da série:

- Vocês estão vendendo a nova temporada de Monty Python?
- Do quê?
- Da série Monty Python?
- (com cara de interrogação) As séries estão lá no fundo. Você já olhou?
- Olhei sim. (dei um tempinho) Você sabe onde é a 2001 mais perto daqui?
- (com mais cara de interrogação ainda) Não sei.
- É que acho que só tão vendendo lá.
- Ah tá, você quer comprar. É, a gente não tá vendendo. (responde ele, como se soubesse do que eu estava falando e como se fizesse diferença, nesse caso, eu querer comprar ou alugar).

É claro que se eles assistissem Monty Python, provavelmente pensariam "Eu não estava esperando a inquisição espanhola". Mas se eles assistissem, também saberiam que ninguém espera a inquisição espanhola!


 

domingo, maio 18, 2008

Mensagens em celular

Tenho mania de guardar mensagens de texto no meu celular - seja pra recordar uma mensagem fofa, ou uma engraçada, ou simplesmente pra lembrar momentos. De vez em quando releio as mensagens e apago algumas, mas sempre tem uma ou outra que me fazem rir... E fico imagindo o que pensaria alguém que as lessem fora de seus contextos.

Sendo assim, selecionei algumas pra postar aqui. Não vou postar os autores, nem as mensagens que dêem pra saber quem enviou, ou que são muito pessoais (o que deixou de fora cinco muito boas). Enfim, vamos para o top 8:

1- a q o cachorro come o esposo e a amiga conta

2- Quem vamos engravidar?

3- Td bem, eu estarei morto mesmo.

4- A cena engraçada era a do cavalo?

5- Roubar um YYY do XXX que estava junto com XXX num velho XXX é YYY?*

6- Meu celular nao tem acento, demorei um tempao para entender o que era maca. Eu nao sei, acho que depende do organismo.

7- Mim viu funde! Rs

8- Quer assistir a peça Tristão e Isolda hoje as 7h00 de graça na FIESP com direito a coquetel?

*os XXX foram usados aqui neste texto pra omitir informações vitais ao "crime". Já os YYY não eram tão necessários assim, mas ficou mais engraçado com eles.


 

quinta-feira, maio 15, 2008

Como salvar um dia ruim em uma noite

crédito: Carolina Andrade
Eu costumo pensar que, se um dia começa ruim, é quase certeza que ele também irá terminar de forma ruim. Eu estava certa de que a sexta-feira passada seria um dia assim. Acordei atrasada, não tomei café da manhã direito, no meio do caminho para o ponto de ônibus, vi meu ônibus passando. Chegando lá, vi meu ônibus saindo e tive que ficar 40 minutos esperando o próximo. Cheguei, é claro, atrasada no trabalho, para um dia cheio. Almocei correndo, peguei fila no banco: as perspectivas para a noite não eram das melhores.

Mesmo assim, saí do trabalho com certa esperança em direção ao Via Funchal. Como não poderia deixar de ser, peguei um trânsito absurdo no caminho, o que me fez desistir de esperar o outro ônibus e me obrigou a ir andando da rua Cardeal Arco Verde até o número 65 da Rua Funchal. Uma úmida, escura e desesperada caminhada.

Embora seja estranho falar em "sorte" em um dia como esses, acreditei ser uma sorte o fato de eu ter chocolates da bolsa. Comecei a comer, loucamente, os bombons que eu carregava comigo. Isso me ajudou a andar mais rapidamente e a me importar menos com os pingos de chuva que começavam a cair. Os canteiros com tulipas amarelas e roxas com que eu me deparei no meio do caminho também tiveram um papel importante para o começo da minha recuperação frente ao dia ruim que vinha até então se desenrolando para mim.

Cheguei ao Via Funchal completamente descabelada, uns cinco minutos antes de Martha Wainwright entrar no palco, acompanhada de seu violão, para abrir o show de seu irmão, o Rufus Wainwright. Vendo aquela criatura mexer as pernas descontroladamente enquanto soltava pela boca uma voz belíssima, tive certeza de que a minha teoria sobre dias ruins não estava livre das exceções.

Esse pensamento se confirmou quando Rufus entrou no palco, naquela noite ocupado apenas por um piano, um microfone e um contrabaixo. Nos primeiros versos de "Grey Gardens", percebi que o que iria acontecer ali seria algo especial. Se o show com pessoas sentadas e caladas não funcionou com o Coldplay, com o Rufus, em sua performance solo, aconteceu perfeitamente. A voz dele tomou conta do lugar e calou a platéia, que, como eu, assistia ao show em um completo estado de choque, interrompido apenas pelas palmas, pelos gritos e pelas... gargalhadas. Sim, o mesmo cara que canta coisas como "I drink from the bottle, weeping why won't you last?", em "Foolish Love", também faz gargalhar.

E, se eu sou completamente vulnerável a frases como essas, também não escapo às gargalhadas. Não conseguia parar de rir, por exemplo, quando Rufus, ao apresentar a canção "Sanssouci", comentou que, no Rio de Janeiro, havia comido em um restaurante chamado San Suchi ou quando ele parou no meio dessa mesma canção, porque tinha errado, e disse algo como "Eu adoro esses telões, mas teve uma vez na Austrália em que fiquei o show todo olhando para eles. Vou tentar não fazer isso novamente".

Acho que ele sabe que precisa fazer nos rir parar nos tirar do estado de transe em que ele nos coloca ao abrir a boca próximo a um microfone e soltar musicalmente as melancólicas e machucadas palavras que compõem suas canções. Em algumas delas, como em "Not ready to love" e "In my arms", eu fiquei de tal forma presa à música que só percebi que havia prendido a respiração quando estava sentindo falta de ar. As risadas funcionam como um respiro, como se, ao fazer suas graças, ele quisesse dizer "Respirem agora, porque, daqui a pouco, vou novamente fazê-los ficar sem ar". E, de fato, acho que era mais ou menos isso acontecia.

Nos momentos desses respiros, Rufus nos tira de algo quase sublime e se mostra, paradoxalmente, como uma pessoa completamente descomprometida no palco, pronta para os improvisos, para os erros e para a espontaneidade. Ou seja, tira os espectadores das nuvens e os traz para o chão, com perdão pela imagem carregada de pieguice. E, no chão, nós nos encantamos com um artista que faz comentários no meio das canções, imita com a voz o que seria um solo de guitarra e nos pede que finjamos ser o Marlon Brando sem camisa.

Tudo funciona como se nós estivéssemos ido à casa de Rufus e não ele ao nosso país, principalmente nas vezes em que sua irmã, sua mãe e seu cunhado também sobem ao palco. E, assim, eu descobri que, lá na casa de Rufus, indo das nuvens ao chão, os dias ruins são facilmente esquecidos.

 

terça-feira, março 18, 2008

Nostalgia musical

Em dias recentes, estive sempre com a trilha sonora do filme Juno na orelha.
E não há quem tire ela de lá. Nem os Beatles. Ou o Damon Albarn tentando me enganar dizendo que amanhã é o meu dia de sorte. Desculpa, Damon, eu não caio mais nessa.

Mas eu não falar aqui sobre o quanto eu acho a trilha que embala esse filme boa. Isso vocês já devem ter percebido, já que ela não larga minha audição. A questão é que uma de suas faixas, talvez a que devesse passar mais despercebida por mim, me fez olhar para o passado, num espasmo de nostalgia. Eis a música:



Parece uma música cantada por crianças que mal saíram das fraldas, não? No allmusic.com, o estilo de música do Antsy Pants é definido como "Children’s". No myspace, eles se definem como Folk Rock / Rapt Cristão / Comédia, mas essa é outra história. O fato é que ouvindo "Vampire" eu me lembro da minha banda (cujo nome eu nunca gostei): a S.A.

A S.A. era uma banda de garagem. Da esquerda pra direita:
Leonardo, Marcela, Gabi, Renan e Mariela.

A penúltima faixa da trilha de Juno me fez perceber qual era o nosso principal problema: nós nos levávamos muito a sério e nos frustrávamos muito por perceber que (oh!) jamais conseguiríamos ser como os Beatles, ter o talento do Thom Yorke ou o... Ahn... é... o charme do Liam Gallagher. E, ao invés de encarar isso com bom humor, compondo algo parecido com "Vampire", por exemplo, parávamos os ensaios na metade... só não quebrávamos nossos instrumentos com raiva, porque eles eram muito, muito caros para meninas e meninos com idade por volta dos 16 anos.

A música do Ansty Pants me fez pensar que, às vezes, é melhor ver as coisas por outro lado e nos levar menos a sério. Não que não tenha sido maravilhosa a experiência com a S.A. - porque foi tudo de bom -, mas porque dói menos quando exigimos de nós algo que simplesmente não conseguimos fazer. No auge da nostalgia, encontrei umas músicas da S.A. Por pior que sejam, não vou me levar tão a sério e divulgá-las. Divirtam-se.








 

segunda-feira, março 03, 2008

Lä, lä, lä, lä

Uma vez falaram para eu escrever sobre isto aqui no Pingüim. Pela falta de assunto, acho que esse é o momento. Em galês, eu diria: hon oes eiliad. É... ou algo assim.

Desde criança eu tenho uma atração por idiomas estranhos. O russo, por exemplo. Ou o alemão. O islandês. Galês. Enfim, deu pra entender?

Assim sendo, cultivei o hábito de dizer...

- Nossa! Me ensina uma palavra?

...sempre que encontrava pelo caminho alguém que falasse uma língua diferente dos óbvios, porém não menos interessantes, português, inglês e espanhol.

A criatividade desses meus interlocutores, misturada a um possível quadro de loucura - que no caso do representante russo parecia um pouco mais evidente - me fez desenvolver um diverso e inútil vocabulário em línguas estranhas.

"Calcinha" em grego é um dos termos que me foram ensinados. Assim como "testa" em russo, "nariz" em holandês e "joaninha" em tcheco. Como é possível perceber, tratam-se de palavras extremamente úteis para o nosso mundo globalizado.

Se um dia eu estiver na Alemanha, por exemplo, conseguirei me entender muito bem nos restaurantes, pois aprendi a dizer "Eu não como carne" e... "Eu como chucrute", embora eu não seja muito fã de repolho, que dirá de repolho azedo.

Em comemoração a esse post tão útil quanto as palavras acima citadas, colocarei um clipe da banda galesa Super Furry Animals, que parece também ter um apreço por línguas estranhas, visto que uma de suas músicas, do álbum Love Kraft, de 2005, intitula-se "Oi Frango".

Não consegui encontrar um vídeo em galês, então vai este mesmo. O título pelo menos tem a ver:



Mas, se alguém ficou curioso para ouvi-los cantando em galês, é só clicar aqui.

 

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Sem comentários!

Sabe aquela televisão sem som que fica "entretendo" os passageiros dentro do ônibus (a TVO)? Pois é, outro dia um de seus "programas" estava "ensinando" como uma mulher deve se comportar durante um encontro romântico em um restaurante. Era o seguinte:

- Ela não deve pedir um prato muito caro;
- De preferência, solicite uma sugestão do companheiro ou coma o mesmo que ele.

 

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Uma questão de foco

Neste instante, eu acordei às 4h da manhã para escrever uma resenha. Já passei por pesquisas no google sobre o assunto, blogs de conhecidos, e-mail, blogs de não-conhecidos, youtube, pela cozinha, anotações e agora por um post no meu blog sobre o porquê ainda não terminei a minha resenha.

Falando nisso, ainda preciso mudar alguns endereços de links ao lado e conversar com a Marcela sobre algumas possíveis mudanças no blog.

Ainda tenho uns cinco livros que estou lendo ao mesmo tempo pra terminar. E preciso arrumar meu armário, quando tiver tempo e foco.

 

terça-feira, janeiro 15, 2008

O universo em um pão de queijo

Como a vontade da minha companheira de blog é que, em 2008, eu me torne uma pessoa mais otimista, eu queria iniciar o ano aqui no Pingüim com um post realmente positivo. Pensei em algumas possibilidades e decidi que publicaria a música The Universal, do Blur, e falaria a respeito de como ela faz eu me sentir bem. O problema é que o mundo, disfarçado de pão de queijo, mandou um aviso pra mim relacionado ao meu possível otimismo e à canção em questão. Explico melhor nos parágrafos seguintes, não sem antes publicar a referida música:



Era uma noite de céu (pasme!) estrelado em São Paulo quando eu perambulava alegremente por uma rua escura e deserta. Em uma das mãos, eu segurava um saquinho com pães de queijo, vulgo a minha janta daquele dia. Na minha orelha, surgiam os primeiros acordes de The Universal e as minhas pernas iam ficando cada vez mais felizes. Me deparei, então, com uma descida e embarquei nela com pernas, braços e cabelos ao vento, hipnotizados pela música, felizes...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Até um pedaço de pão de queijo ficar entalado na minha garganta, causando em mim segundos de epifania e desespero.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Como não havia ar suficiente dentro de mim, primeiro cuidei do desespero; depois, me concentrei nos pensamentos que tinham surgido no momento em que a bolota de parmesão decidiu parar no meio do caminho. Senti que aquele pão de queijo estava mandando um sinal pra mim. Era como se ele dissesse:

Pão de queijo: Marcela, você acha que a vida é o Damon Albarn cantando na sua orelha que "amanhã é o seu dia de sorte" enquanto você corre toda feliz no meio da rua? Você não sabe de nada... tsc tsc.

Marcela (humilhada, derrotada): É, sua bolota de parmesão, eu não sei de nada...

Moral da história: ou pães de queijo são seres muito cruéis ou eu não devo tentar ser uma pessoa otimista. Isso não funciona comigo. Definitivamente.

 

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Último post do ano?

Pensei um monte de coisas prum último post de final de ano.
Talvez listas culturais como outrora;
Talvez reflexões profundas sobre o ano;
Talvez falar sobre TCC e cansaço;
Sobre resoluções para o futuro;
Promessas de final de ano;
Teatro;
Cinema;
Formatura;
TCC (aiai);
Exaustão;
Futuro;
Livros;
Incertezas e inseguranças;
Aflições;
.
.
.

Contudo, também deu vontadezinha de dar um tempinho com a internet nossa de cada dia e finalmente descansar e ficar um tempo sem fazer NADA. Tipo assim, absolutamente NADA.
Até ligar a TV e ficar vendo sem ver, deitar sem objetivo, acordar sem NADA programado pra fazer.

 

domingo, novembro 11, 2007

Sobre a encostabilidade do mundo

É verdade o que uma amiga me dizia. Quando se tem sono, muito sono, o mundo é muito mais encostável. Está impossível olhar para as coisas sem pensar "Nossa, a minha cabeça se encaixaria perfeitamente ali", sendo que "ali" pode ser qualquer coisa, da porta gelada do metrô a uma cadeira estofada. Tudo parece perfeito para uma soneca. Inclusive este blog. Huuuum, a tela do computador é quentinha e macia. Quase um travesseiro. Mas eu tenho que resistir.



Obs.: Coloquei uma foto de um urso polar porque, além de eles terem uma aparência altamente encostável, eles também são seres que hibernam.

 

terça-feira, novembro 06, 2007

Histórias mal assombradas I


Cenário: a redação de uma revista qualquer situada em uma casa de dois andares. Logo na entrada, fica a mesa da secretária. Mais adiante, um curto corredor dá para uma sala mais ao fundo, onde está a redação. No meio dos dois ambientes, tem uma escada.

Personagens: estagiária, secretária e jornalista

Manhã, 9h10. A secretária está em sua mesa, ajeitando suas coisas enquanto a estagiária está na sala dos fundos, ligando o computador. Nesse instante, a estagiária ouve passos na escada. Normal. A secretária pode apenas estar subindo para ir ao banheiro. Contudo, ao olhar para a sala na entrada, vê a secretária ajustando suas coisas e vai falar com ela:

Estagiária — Você subiu a escada?

Secretária — Não. Eu achei que você quem tivesse subido.

Estagiária — Eu não subi. Mas você também ouviu alguma coisa, né?

Secretária — Eu ouvi... E vi um vulto de preto subindo a escada, então achei que fosse você.

Estagiária — Você viu???

Secretária — Vi. Assim, a lateral do braço, só um perfil subindo a escada. Depois ouvi os passos.

Estagiária — Nossa, mas eu não subi e também ouvi os passos. Que medo.

(Nessa hora chega a destemida e cética Jornalista)

Estagiária — (para a jornalista) Eu sei que você não vai acreditar, mas ela viu um vulto subir as escadas e eu ouvi. Não tem ninguém mais aqui.

Secretária — Talvez alguém tenha entrado e a gente não tenha notado. Mas quem vai ter coragem de ir lá em cima pra ver?

Jornalista — Bah. Não acredito mesmo. Vou lá em cima ver.

(Jornalista sobe as escadas. Depois de um tempo)

Jornalista — (grita lá de cima) Não tem ninguém aqui.

Secretária — Ai.

Estagiária — Medo.

Jornalista — Affi. Vocês são bobas.

(Fim)

Adendo: Histórico do local — Funcionárias que trabalharam lá antes disseram escutar pessoas correndo no andar de cima, e barulhos estranho pela casa. Uma vez, elas contam ter visto a fechadura da porta mexer sozinha, sendo que uma estava dentro da sala, e a outra chegando na casa – não tendo assim como ter sido alguém material. Em outra oportunidade, a torneira da cozinha abriu sozinha.

obs: Como a maioria das fotos encontradas no google eram bizarras, resolvi colocar esse pingüim Hitchcock para ilustrar.